“Vou denunciar ao síndico! ”, “O síndico tem que tomar uma atitude! ”, “Onde está o síndico numa hora dessas? ”. Quem nunca ouviu uma frase dessas é porque, provavelmente, nunca morou em um condomínio. A visão que se tem da estrutura condominial hoje em dia é resultado da própria visão de cidadania que temos. E convenhamos, há muito a ser feito!
O primeiro passo para uma convivência mais harmoniosa dentro de uma comunidade que compartilha tantos espaços (e contas) é a informação. Entender a convenção e o regimento interno são a base fundamental para que os assuntos sejam decididos com mais transparência e clareza.
A resolução de conflitos e atritos entre os moradores não pode (e não deve) ser a tarefa que toma mais tempo do síndico. A administração correta do condomínio deve estar atenta a aspectos legais, de manutenção e de prevenção. Para isso a interferência do síndico em assuntos domésticos entre moradores deve ser mínima.
O Síndico não pode deixar assuntos que são trazidos até ele se resolverem por conta própria. Mas isso não significa que ele deva interferir ou “tomar partido” em determinadas circunstancias. O papel de conciliador deve ser neutro e a ajuda da administradora do condomínio, nesse caso, pode ser a saída mais justa para evitar que relações pessoais possam interferir no veredito.
Entender que determinados comportamentos podem trazer prejuízo ao próximo deve ser uma preocupação constante de quem mora em apartamentos. A proximidade dos vizinhos acaba sendo um fator limitante e até mesmo pequenos detalhes do dia a dia como o volume da televisão, a algazarra das crianças ou o comportamento de animais de estimação podem causar polêmica. O respeito ao próximo deve ser sempre o que norteia o comportamento de qualquer condômino.
Como bom senso e sensibilidade são tópicos que trazem à tona diversos níveis de interpretação, três regras de ouro da boa convivência devem ser observadas: conhecimento, informação e comunicação. A falta de conhecimento sobre as regras do condomínio é o principal motivo de discussões e desavenças. É aí que o papel do síndico se torna muito importante: divulgar as regras e discutir maneiras eficazes de implementá-las durante as reuniões de condomínio, podem reduzir consideravelmente atritos desnecessários entre moradores.
É durante esses encontros que se deve também aproveitar para conhecer mais os próprios moradores. Saber, por exemplo, que o vizinho mais próximo trabalha no turno da noite, faz com que tenhamos um comportamento muito mais consciente na hora de aumentarmos o volume do rádio, por exemplo.
Comunicar de maneira clara as regras e sempre divulgar alterações é um pré-requisito para prevenir conflitos mais delicados e difíceis de serem resolvidos. E essa não é uma tarefa que cabe apenas ao síndico. Quando buscamos ser mais empáticos e procuramos entender a origem de determinados comportamentos, a comunicação se torna muito mais eficiente.
Agir de maneira mais crítica e responsável, conscientizando-se mais quanto aos direitos e deveres de cada um é um dos passos para uma convivência mais harmoniosa, dentro e fora dos condomínios.