Em tempos financeiros bicudos, muitos condomínios tem posto em cheque a administração terceirizada dos empreendimentos. Softwares de administração e auto-gestão tem ganhado mercado aproveitando-se de uma demanda cada vez mais crescente – resultado da busca por alternativas mais econômicas no gerenciamento dos condomínios. Mas quais os riscos e vantagens?
Num primeiro momento, a economia aparente na redução de despesas com a administração, a agilidade na tomada de decisões e a centralização das informações e tarefas podem parecer muito atraentes. Dependendo do nível de conhecimento dos condôminos em relação às responsabilidades administrativas, essa economia pode parecer ainda mais vantajosa. Mas vale lembrar que quanto maior for o número de unidades, mais complexa torna-se a tarefa.
Para que a auto-gestão seja eficiente, deve-se considerar que o cargo de síndico seja levado a sério. A responsabilidade civil e criminal do síndico passa então a ser ainda mais evidenciada sendo que, além das habilidades com gestão de pessoas e senso de liderança, tornam-se imprescindíveis os conhecimentos em administração e legislação específica.
Confrontos e inimizades entre os moradores também podem ser resultado da ausência de um profissional intermediando conflitos e respondendo pela prestação de contas. A dificuldade de fiscalização e a maior possibilidade de fraudes são outros pontos que pesam negativamente no sistema de auto-gestão.
As obrigações contábeis necessárias à regularidade do condomínio abrem um outro amplo leque de responsabilidades – muitas vezes complexas demais para serem administradas de maneira “doméstica”. As consequências e multas resultantes do esquecimento do pagamento de um imposto ou renovação das apólices de seguro podem ser catastróficas.
Os custos com auditorias externas, assessoria jurídica, profissionalização do síndico e outros gastos imprevistos podem tornar a auto-gestão uma aventura perigosa – principalmente levando-se em conta o volume financeiro que circula nas contas de alguns condomínios.
Problemas financeiros acabam, muitas vezes, com ações judiciais contra os gestores, resultando em valores exorbitantes para corrigir os problemas gerados. Inicialmente, o que representaria uma economia, acaba se tornando uma grande dor de cabeça ressalta Rodrigo Karpat, advogado especialista em Direito Imobiliário.
Segundo Rodrigo a contratação de uma administradora ainda é mais recomendável pois oferece mais segurança ao condomínio. Uma administração completa eficiente deve incluir especialistas nas áreas jurídica, trabalhista, tributária e contábil para que surpresas desagradáveis não prejudiquem o condomínio, aumentando custos de manutenção ou diminuindo o valor do empreendimento.